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Desconstrua seu EU

Você se sente enredado pelos poderes maléficos do presente? E até preso ao que tem feito de si mesmo?

Ouvimos com frequência pessoas dizerem: ‘eu me conheço’. Ou então: ‘preciso me encontrar, me conhecer melhor!’ Você também busca seu verdadeiro Eu?

Nietzsche diz: “nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos. Também pudera, nunca nos procuramos!”

Nunca? Mas se já nos procuramos, como o fizemos?

Em nossas vivências, não estaríamos ausentes de nós mesmos?

Quem se apresenta em você que procura a sua própria essência e quer conhecer o que ela pode na sua existência singular? Um apaixonado? Um ser de imaginação? Um ser que se serve de palavras ou representações? Um ser de sentimentos? Ou ainda, um ser racional?

Nada mais longe e estrangeiro a você mesmo que seu ‘Eu’.

E o corpo, o que sabemos dele? Como o experimentamos? Como criamos corpo?
Ou não criamos, reproduzimos movimentos e o alugamos aos outros organismos e máquinas e ao grande corpo social para nos sentirmos mais úteis?

As terapias dominantes dizem: busque seu ‘Eu’! Estruture sua subjetividade! Controle seus sentimentos! E organize seu corpo! Cuidado: não saia experimentando por aí!

Nós e a Esquizoanálise não paramos de dizer: desconstrua seu ‘Eu’!
Não seja um escravo eficiente e organizado!
Desinvista a subjetividade que aprisiona o seu desejo!
Questione os valores dominantes, não seja devoto!
Não siga valores prontos, crie os que levam sua vida a mais alta potência de criar realidade!
Não seja submisso ao ‘Sujeito’ que em verdade é um Outro em nós!
Crie um circuito desejante autosustentável!
Entre e crie círculos virtuosos de um devir ativo!

Qual nosso maior inimigo? Um outro em nós chamado ‘Eu’.
Quem é esse ‘Eu’? Um preposto de poder.
Quando digo ‘Eu’, é um outro que fala em mim, que quer se apoderar de mim.

Quando chego a estruturar meu desejo tornando-o sujeito de direito compro o maior pacote de ilusões que a modernidade me oferece, imaginando que finalmente falaria em nome próprio.

Entre em experimentação de si mesmo!
Abandone a identidade do ‘Eu’ e encontre a Diferença que te constitui na essência!
Crie a si mesmo!
Encontre não um ‘Eu’ mas sua Singularidade como uma potência em ato, uma potência de criar a si mesmo e novos mundos.
O Real? Quer encontrar o verdadeiro real e carregá-lo?
O verdadeiro real não existe, é preciso antes que o inventemos!